vinícola VINHEDOS

Convidada pelo terroir da região dos Campos de Cima da Serra, favorável devido ao solo e clima, a Vinícola Família Lemos de almeida inicia em 2005 a implantação de sua infraestrutura. No ano de 2009, passa a cultivar as primeiras mudas de origem Francesa, que dão origem a primeira vinificação em 2012.


Em uma área de 12 hectares, além das castas francesas Pinot Noir, Chardonnay, Merlot e Sauvignon Blanc, a vinícola aposta na produção de castas portuguesas, com a produção e vinificação da uva Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alvarinho e, o inédito no Brasil, Verdelho.


Desde 2016, a Vinícola Família Lemos de Almeida, produz seus vinhos 100% a partir de vinhedos próprios e atinge 100 mil garrafas por ano, tornando-se notória pela premiada qualidade.






TERROIR

A região dos Campos de Cima da Serra possui altitude que varia entre 900 a 1.100 metros. Segundo pesquisas da Embrapa Uva e Vinho, esta altitude, associada a demais fatores naturais, como solos profundos e a abertura de paisagem, exercem um efeito marcante na diferenciação dos vinhos.


De acordo com o pesquisador em Enologia da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, nesta região, em função das temperaturas diurnas e noturnas serem mais baixas, as videiras têm um ciclo vegetativo mais longo, brotam mais tarde e são colhidas cerca de 30 e 45 dias posteriormente as demais regiões do Rio Grande do Sul e com excelente grau de sanidade, isto é, menor incidência de doenças foliares e podridões do cacho. “Os metabolismos primários (açúcares e ácidos orgânicos) e secundários (pigmentos e precursores aromáticos) dos frutos são mais lentos e diferenciados. Temos observado que as uvas apresentam maior conteúdo de pigmentos, compostos fenólicos e ácidos orgânicos (tartárico e málico)”, diz o pesquisador.


“As temperaturas da região são características do clima vitícola da classe “temperado”, diferente do encontrado em outras regiões produtoras do Rio Grande do Sul, que possuem clima “temperado quente” (Serra Gaúcha e Serra do Sudeste), ou “quente” a “muito quente” (Campanha). Esta diferença, associada ás temperaturas noturnas no período de maturação das uvas, que se enquadram no clima vitícola “de noites frias”, confere a esta região uma condição climática original na produção de uvas e vinhos. Este clima também condiciona a uma colheita mais tardia das uvas”, explica o pesquisador da área de zoneamento vitivinícola da Embrapa Uva e Vinho, Jorge Tonietto.


Nos Campos de Cima da Serra, por exemplo, o solo apresenta características favoráveis ao cultivo da videira, tais como boa estrutura, profundidade efetiva acima de 1,50 m, muito boa drenagem e baixa fertilidade natural.